29/11/07

"Mafaldinho" ou o meu sobrinho filósofo...


O meu sobrinho G., de quatro anos, feliz, a mostrar-me um mapa de Portugal que um dos tios lhe tinha oferecido:
- Tia... vou dizer-te onde ficam as cidades. Sabes onde fica Braga? E o Porto?
E lá me ía mostrando, no mapa, onde ficavam as cidades que tinha aprendido.
Após me ter indicado umas poucas, quase todas, vira-se para mim, muito sério e sereno e atira:
- E sabes onde fica o Portugal minúsculo?
...............................................
Eu a olhar para ele. O sorriso todo cá dentro.
O mundo inteiro nos seus olhos enormes e sábios.
- Não G, não sei. Onde fica?
E de imediato o seu dedo a calcar o ponto vermelho, no reduzido planisfério, ao lado do mapa de Portugal!
- É aqui. É aqui, tia, que fica o Portugal minúsculo!
- Pois é, meu querido, pois é. É aqui.

Feliz aniversário

Ele sonhou ter uma. E teve. Juntamo-nos sete amigos. E ela, a mesa de ping-pong, apareceu em sua casa. Ouvi dizer que, agora, há torneios com o nome da rua dele, no coração do Porto! E o coração dele é como a mesa: lindo, enorme e azul...



Conversa de surdos...


Ao fim da papelada tratada e ao balcão da empresa de aluguer de automóveis, a funcionária, pergunta:
- Qual deles prefere? o fgh; o xct; o fhk ou o xpto?
Ela, com a expressão mais incapaz do mundo:
- Escolha. Eu se sair daqui num carro vermelho, pensarei que saio de ferrari...
- Estou a ver...acompanhe-me, por favor.

......

No percurso, até à garagem.

- Que carro conduz, habitualmente?
- Um Fiat.
- Qual?
- O meu.

- Estou esclarecida.

22/11/07

Convite


(clique na imagem para aumentar)

Aqui fica o CONVITE. Utilizem-no e passem a palavra! No primeiro dia de Dezembro, juntem-se a nós no lançamento do livro do João Negreiros. Será às 21.30 horas, no Iduna Espaço, em Matosinhos. A entrada é livre. As palavras são...a capa é... tanta ternura.

um novo livro que amo


Há sempre lugar p`ra mais um
Imagina que todas as pessoas que vivem saíam à rua
era muita gente
imagina
estás a imaginar?
de que cor são?
a que ervas cheiram?
a que sabe o bafo?
olha para dentro agora
estás a olhar?
estás a vê-las?
pois estás
são muitas
cabem-te no coração e tu não cabes em ti
não as deixes morrer
porquê?
porque merecem
porque perecem?
porque te distrais
ficam com frio
com medo
com fome
com pneumonia
já tiveste pneumonia?
não?
pois mas as pessoas já algumas já tiveram pneumonia
e tu nem um calafrio sentiste?
a sério?
um por cada uma?
então estiveste de cama?
quanto tempo?
todos os dias?
então estás sempre doente
e tens sempre temperatura para os aquecer dentro de ti
(está sempre quentinho
tu aqueces todos e todos se aquecem numa lareira a fingir porque as
(paredes do mundo são mornas
e tu ama-las muito
não amas?
amas não amas?
amas não amas?
não?
não?
não?
de certeza?
não lhes sabes o nome?
nem sequer o apelido?
que estranho todos eles sabem o teu nome
in O cheiro da sombra das flores de João Negreiros

20/11/07

A única verdade absoluta

As pessoas quando pensam

fazem-no com o coração

é no trajecto p´ra cabeça

que se perde a informação


in O cheiro da sombra das flores, João Negreiros

16/11/07

Está sendo bom. Muito bom.


Ontem foi bom, muito bom! John Scofield. Casa cheia. A companhia excelente:
Cristina, Dalila, Carlos e Pedro! Uma noite fantástica e uns copos na Praça da Oliveira.
O regresso ao Porto e o coração posto na noite de hoje. Confirma-se. Lá estaremos. Novamente.
Graças à menina do Farol :) ...
«Ahmad Jamal é um dos maiores pianistas da história do jazz. De técnica magistral, possui um sentido de tempo e de utilização do espaço excepcionais»
A Cristina e o Carlos vão fazer-nos falta hoje à noite! Até o escravo Lourenço :)
A Menina do Farol, essa, está sempre presente.
Mesmo quando está sintonizada noutra onda!
Boa viagem até Lisboa. Para os três!

Uma quê?!



«Uma mulher que me deixasse ler o jornal em paz (…), que, quando eu estivesse a trabalhar, soubesse fazer silêncio (…), não olhasse para a minha mãe com olhos de nora ciumenta (…), não me esgotasse a paciência fazendo-me sempre esperar (…), não me desequilibrasse o orçamento (…). Uma mulher capaz de compreender a doce sujeição que a esposa deve ao marido.»


Revista da MPF – Menina e Moça, 1948


«Em 1937, a Mocidade Portuguesa Feminina (MPF) nascia com o objectivo de criar a nova mulher portuguesa: boa esposa, boa mãe, boa doméstica, boa cristã, boa cidadã sempre pronta a contribuir para o Bem comum, mas longe da intervenção política deixada aos homens.
A historiadora Irene Flunser Pimentel traça-nos a história deste movimento, obrigatório para mulheres dos sete aos catorze anos, através do Boletim do MPF e mais tarde da revista Menina e Moça, veículos de transmissão dos valores e comportamentos ditados pelo regime salazarista.
Ao folhearmos estas páginas, deparamo-nos com raparigas fardadas de bandeira em punho, lições de lavores e trabalhos manuais ou outros afazeres da vida doméstica, indicações sobre o fato de banho oficial com decote pouco generoso e saia não muito curta, lemos textos sobre a atitude a ter em casa com o marido, conselhos sobre livros fundamentais e outros proibidos aos olhos destas jovens e aprendemos as virtudes dos grandes heróis nacionais como D. Filipa de Lencastre ou o Santo Condestável.»

Eu gostava de ler este livro da Esfera dos Livros! Eu gosto de história :)

08/11/07

Jazz em Guimarães


Começou hoje - PHAROAH SANDERS - e termina dia dia 17. A imagem deste ano não é esta mas está muito bonita. Para mim, das mais bonitas dos últimos anos! O programa? A não perder! Aqui, vendem-se os bilhetes. Ainda voltarei mais noites. Mas gostava de não faltar a 16. AHMAD JAMAL. Mesmo, mesmo a não perder!

Coisas de mulher...


Há dias em que acordo lamentando não usar uma farda só para não ter de pensar/escolher o que hei-de vestir!!!
Outras, acordo com vontade de me pôr bonita!!!
Isto para dizer que o meu espírito prático aplaude o regresso dos vestidos. Uma só peça e tá andar... :) Quem ditará estas coisas das tendências do que se usa e não se usa? Do que está in e do que está out?! Ainda gostava de saber como surgem as cores, os tecidos, os padrões etc, que fazem furor em cada estação do ano. Pura curiosidade! Porque, confesso, não sou de modas. Visto o que gosto. Visto, aliás, o que me dá mais conforto. Mas que gosto de vestidos, lá isso gosto! Práticos. Alguns!

06/11/07

Tão feliz?


As minhas horas, os meus dias desaguam aqui. Agora.
Ha um certo milagre em tudo isto.
E, apesar do sol não ser de Outono, genuinamente de Outono;
apesar do tempo não pedir castanhas em canudos de jornal;
não me lembro de ter sido tão feliz num Outono quase Inverno.
Tão feliz? Sim. Tão Feliz.
Com a maresia a entrar-me nas narianas. Com o Douro aos meus pés.
Junto de um cais de chegada. E de partida também. Um dia.
Mas hoje, agora, nesta margem do rio, tudo,
tudo sem excepção,
me parece possível.

05/11/07

Coisas que nos marcam...


Estou desolada! A minha auto-estima foi ao tapete! Fui alvo de uma derrota impronunciável. Nos matrecos!!!!